sábado, 10 de junho de 2017

Caixas Azuis.

06/06/2016

Eu estava ali fazendo o meu trabalho.
Empilhar caixas com mercadorias dentro.
Não, eu não faço isso o dia todo. É apenas uma parte do meu dia.

Minha cabeça não parou de pensar naquele garoto nem por um minuto se quer.
Era o dia inteiro.
Pra ser sincera, não me lembro o que eu estava pensando.
Mas apenas pensava nele.

Então eu pedi um sinal de Deus.
"Pelo amor de Deus, Deus. Me dê um sinal."

Eu não tinha ideia como pedir isso.
Então pensei.

Na tela mostra a quantidade que ainda resta, mas não mostra quantas caixas cabem em uma pilha.
Eu tinha quase certeza de que eu faria mais uma pilha.
Eu disse: Se todas as caixas ficarem apenas em uma pilha só, nós ainda vamos nos encontrar.

Eu tinha quase certeza de que não daria.
E com aquele garoto era a mesma coisa.
Eu tinha quase a certeza absoluta de que não teria mais volta.

Fui empilhando.
A quantia ia diminuindo.
E eu continuava tensa.
Meu coração acelerava.
E de repente, a ultima caixa chegou.
E a pilha ainda não estava completa.
Coloquei a ultima embalagem na caixa e apenas observei.
"Deus. Deu uma pilha só."

Quando eu ergui as mãos para colocá-la no alto, parece que uma voz me disse: Você escolhe se quer montar a segunda pilha ou não.

Minhas mãos tremeram e eu paralisei.

Depois de segundos, bem devagar, completei a pilha.


Não adianta fingir.
Mentir pra mim mesma.
Ainda espero.
Em silêncio, mas espero.

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