No último dia apareceram pessoas pra se despedir.
Pessoas que eu conheço.
Pessoas que mal conversei.
Contamos as últimas peças e fui almoçar.
O melhor bentô que eu já provei.
O frango parecia derreter.
O arroz cheirava tão bem.
A batata na medida certa.
Percebi o quanto eu iria fazer falta pras pessoas.
Tanto no trabalho.
Quanto no dia a dia.
Teve gente que se despediu de mim pelo menos umas cinco vezes.
Eu não sei dizer se ele queria me ver chorar, ou realmente não queria que eu fosse embora.
Mas foi um calor humano, tão humano.
Tão intenso.
Que eu quase não suportei passar por isso.
Desabei em lágrimas.
Percebi o verdadeiro coração da minha líder.
O quão frio é o meu líder.
Talvez não frio.
Mas desajeitado.
E quão ele é alto.
É um poste de gente.
E que minha outra líder japonesa parece um totoro.
É muito bom abracá-la.
Meu último iogurte.
Minha última batata.
Minha última quase briga.
Meu último dia.
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