quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

Pessoas pequenas

30/11/2015

Muito pequenas.

Em uma conversa aleatória no intervalo, uma amiga minha comentou:
"Você está praticamente pelada. E está muito frio!"
Do nada, todos olharam pra mim.
Bom, eu estava com o uniforme normalmente, mas estava sem a camiseta de manga comprida por baixo.
Era apenas isso.
E aquela garota olhou pra mim com cara de espanto.
"Você quer que eu responda ou não? Melhor não." - fez cara de pouco caso.
"Diga. Começou, você deve terminar." - minha "amiga" disse.
"Não, se não ela vai chorar." - ela olhou pra mim e em seguida soltou uma risada sarcástica.
Eu não liguei realmente.
E então, a chatonilda disse:
"Desde a semana passada, ela está sem blusa. Burra você né? Ai, pronto falei!" - e deu uma risada forçada.
A minha "amiga" também riu.
Eu ri sem acreditar no que eu tinha acabado de ouvir.
A mulher não tem nada...mas nada mesmo pra fazer na vida.
A vida é tão medíocre e monótona que reparar em mim por duas semanas pra ver se eu estou de blusa ou não é um motivo pra por nas capas de revistas.
E me xingar pra parecer maior?
Qual é, me poupe vá!
Eu tive...tive coragem de dizer isso tudo na cara dela, mas a pena foi tão grande que não consegui.
Foi a pessoa que eu sempre...sempre achei que fosse pepeca azeda.
Sempre achei cara de pato.
Sempre achei mais chata que o diabo.
Eu nunca...NUNCA desrespeitei essa fdp.
Sempre pedi licença, dei bom dia.
Ela simplesmente saia da minha frente como se eu não estivesse ali.
E nunca respondeu ao meu bom dia.
Uau.
É do tipo de pessoa que cutuca.
Cutuca porque quer arranjar treta.
É do tipo de pessoa que tenta achar pêlo em ovo.
E só de lembrar do rosto dela, eu sinto nojo.
Sim, eu sou um ser humano e sinto raiva das pessoas.
E eu senti minhas mãos formigarem, meu rosto arder.
Mas eu não respondi.
Não respondi por respeito a mim mesma.

Então ela me disse: Por que você não pede blusa no escritório? Eles te dão! - com ênfase no "dão" pra me chamar de pobre.
"Pedir pra que? É meu último dia!" - eu ri sarcásticamente.
Eu poderia jurar que meu rosto estava pegando fogo e da minha boca, saía faísca.
Então, ela se calou.
Dei de ombros e continuei ouvindo a minha música enquanto a vergonha alheia pairava no ar.
Primeiro: Alguém comentou algo sobre mim em voz alta algo que eu nem estava me importando. Algo que nem era da minha conta.
Não, eu não estava sentindo a porra do frio.
E eu não estava de blusa porque eu não queria colocar a porra da blusa.
Porque eu sou jovem, mulher.
Eu posso.
E eu não sinto frio.
Segundo: Ela se intrometeu em uma conversa bem longe. Ninguém nem tinha percebido que ela estava ali.
Terceiro: Educação é bom e eu gosto. Economizar o veneninho pra conversas certas.
Quarto: Alguém que te achava indiferente, poderia ter arrancado a tua cabeça, cortado o seu corpo em cubinhos, ter feito do teu cérebro migalhas (sim, migalhas), porque não há neurônios, ter feito do teu corpo um nada, sem arrependimentos.
Quinto: Eu sei que ela não merecia um pensamento meu, muito menos um post meu, mas como eu disse, eu sou um ser humano. Que sente raiva.
Sexto: Falta de rola.
Pronto falei! (minha risada)


Nenhum comentário:

Postar um comentário